segunda-feira, 16 de março de 2015

Fragmento

A insegurança é minha pior inimiga, sim, por isso mais uma vez ela é citada e talvez sempre será. As coisas que me afligem despertam minha maior escuridão e me causam problemas. O primeiro deles foi a ansiedade, uma velha amiga da qual não sinto falta e que me fazia ficar noites inteiras acordado colocando para fora tudo que eu comi no dia, mas mantendo o desespero dentro. Os tormentos da minha alma afetando a minha mente. Alma pesada que se escondeu por muito tempo, mente forte que resistiu na mesma proporção.

Mas nada aguenta para sempre, não é mesmo? Para a minha saúde psicológica eu libertei o meu espírito. Não quero dizer que o deixei ir embora, quero dizer que consegui visualizá-lo e permiti-lo em mim, sem receios. Acontece que não fiz isso sozinho, amar alguém me ajudou no processo, a pessoa me ajudou no processo. E durante esse caminho de muito sofrimento, porém bem sucedido, eu acabei conhecendo uma outra parte minha.

"Na Psicologia, o alter ego é uma segunda personalidade de alguém, um outro eu inconsciente que se revela através de múltiplas identidades."
Não confundam alter ego com transtorno de bipolaridade, apesar de estarem relacionados de certa maneira, não são a mesma coisa. Se você é bipolar, tem um alter ego, mas ter um alter ego não significa que você é bipolar. O Gabriel surge para mim como uma maneira de proteção, porque ele é quem eu sempre quis ser e nunca fui, então quando algo me afeta emocionalmente de maneira extrema eu acabo me tornando ele. Não é algo que eu escolho, eu não posso simplesmente assumir esse papel, é tudo comandado por minha mente e humor, diferentemente do Bruce Wayne que basta colocar a máscara. Outra coisa do alter ego é que suas ações são totalmente controladas e seus pensamentos também, mas ao mesmo tempo você sabe que não é o você de verdade, você age diferente. 

Não posso dizer que odeio o Gabriel, ele sou eu em minha versão mais profunda e talvez seja poético demais falar assim, contudo é a única maneira que consigo explicar. O que não gosto é do que antecede o aparecimento dele, e pior, o medo de me tornar ele. Por que temer o meu alter ego se ele é a parte de mim que eu gostaria de ser o tempo todo? Eu não sei. Só que eu não me sinto eu mesmo quando ele está por fora, por mais que seja uma parte da minha personalidade, eu não acho que seja agradável e também não acredito que as pessoas achariam. 

No sábado uma pessoa me disse que minha aura estava um pouco negra -  não vou mentir, eu acredito nessas coisas - e isso meio que me assustou porque eu estava me sentindo afetado. Então eu passei o resto do final de semana tentando suprimir isso, ele, o que deixou meu domingo um tanto quanto chato e melancólico. Só que a noite meu emocional não aguentou e um simples problema criado pela minha cabeça fez com que eu acordasse "não eu", e assim fiquei por um tempo. O mais engraçado é que ele some do nada e leva com ele qualquer tristeza. Por quanto tempo?

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